sexta-feira, setembro 19, 2014

Sabores do Caldo do Pote estão de volta a Sabariz

É já este sábado, dia 20 de setembro. Agora em piso renovado e preparado para eventual queda de chuva. É um desafio para uma tarde/noite cheia de sabores do campo, num convívio popular integrado na Rota das Colheitas de Vila Verde. A festa começa às 15h e os caldos começam a sair às 18h

 Os antigos potes em ferro são o centro de todas as atenções em Sabariz, a mais pequena freguesia do concelho de Vila Verde, onde dezenas de populares trabalham para que tudo esteja pronto este sábado, dia 20, servir a mais de mil pessoas os sabores dos caldos feitos à moda antiga da aldeia.
Sobre o lume a lenha, os potes de ferro estão agora a ser trabalhados e preparados para a nova edição da Festa do Caldo do Pote. É um desafio para um final de tarde de sábado com muito convívio e recordação da saudável gastronomia campestre do interior minhoto.
Numa festa que promete grande animação popular e que arranca a partir das 15h00, para que os caldos comecem a ser preparados e prontos a servir às 18h00, as pessoas são convidadas a provar mais de duas dezenas de caldos diferentes. O espaço, junto à sede da Junta de Freguesia de Sabariz, inclui uma feirinha de produtos do campo.
Cerca de duas dezenas de homens e mulheres vão dedicar-se a confecionar os mais diversos caldos, junto a diferentes fogueiras espalhadas por um terraço ao ar livre. Integrada Na Rota das Colheitas promovida pelo município de Vila Verde, a Festa do Caldo do Pote é organizada pela Junta de Freguesia e pela Associação Popular de Sabariz, com a colaboração da Associação de Freguesias do Vale do Homem.
Às cozinheiras e cozinheiros de Sabariz, vão juntar-se também alguns companheiros de freguesias vizinhas do Vale do Homem. Couves, repolho, nabos, nabiças e os mais variados feijões, sem esquecer as boas carnes campestres, fazem parte do leque de ingredientes para a confeção dos diferentes caldos, que incluem ainda a farinha e também a batata esmagada à colher – tal como no tempo das boas cozinheiras deste mundo rural em que não havia varinhas mágicas. Há ainda espaço para os caldos verde, da pedra e de feijão verde, à lavrador, à camponesa, do Domingo de Ramos e até de bacalhau.
No total, deverão ser confecionados mais de 600 litros de caldo, em potes cujos tamanhos variam entre os 10 e os 50 litros. À entrada do recinto, as pessoas podem adquirir, por três euros, uma malga alusiva ao evento, pela qual podem aceder a todos os caldos. Recebem ainda a broa de pão, para além de senhas de bebida e material para poderem saborear os caldos feitos no local.
Além dos caldos, serão ainda confecionadas pataniscas de bacalhau, em lume também a lenha. Jovens voluntários estarão a servir bebidas e ainda doçaria local.
Sobre o evento, o presidente da Junta, Fernando Simões da Silva, faz questão de sublinhar que “é uma festa aberta ao público em geral, com preços extremamente baixos, apenas para ajudar cobrir os custos".
"Isto também só é possível porque há um grande grupo de pessoas da terra que faz questão de manter viva esta iniciativa e se disponibiliza para confecionar e também oferecer os ingredientes todos para a sopa, muitos deles trazidos dos seus quintais ou hortas, mas também outros que têm de ser comprados, como a carne e o azeite, entre outros", esclarece ainda o autarca.
Sem estimativas quanto ao número de pessoas esperadas, o presidente da Junta adianta que tudo estará preparado para acolher à volta de mil pessoas - o que representa mais do dobro da população da freguesia.
A grande adesão popular ao evento - constatada nas anteriores três edições - tem servido de estímulo à recuperação da tradição de cozinhar nos potes de ferro e com lume a lenha.
São já muitas as casas onde as famílias recuperaram os seus antigos potes e voltaram fazer caldo e não só – como é o caso do cozido à portuguesa – como lhes ensinaram os seus familiares mais antigos. “Não há dúvida que o caldo feito no pote, com o lume a lenha, tem outro sabor, é único”, assegura o presidente da Associação Popular de Sabariz, Dominique Abreu. E garante que é um sabor apreciado por gente dos diferentes estratos sociais, das mais diversas origens e de todas as idades, com especial referência para os jovens.

"Nesta festa, graças aos caldos que aqui comeram e viram a fazer, já registamos muitos casos de crianças e jovens que ficaram a gostar das sopas que tanto teimam em recusar em casa. E também casos de adultos que passaram a gostar de determinados legumes e caldos, como os nabos e as nabiças", revelou o dirigente associativo, determinado em manter a linha tradicional e campestre do Caldo do Pote de Sabariz.

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