É já este sábado, dia 20 de setembro. Agora em piso renovado e preparado para eventual queda de chuva. É um desafio para uma tarde/noite cheia de sabores do campo, num convívio popular integrado na Rota das Colheitas de Vila Verde. A festa começa às 15h e os caldos começam a sair às 18h
Sobre
o lume a lenha, os potes de ferro estão agora a ser trabalhados e preparados
para a nova edição da Festa do Caldo do Pote. É um desafio para um final de
tarde de sábado com muito convívio e recordação da saudável gastronomia
campestre do interior minhoto.
Numa
festa que promete grande animação popular e que arranca a partir das 15h00,
para que os caldos comecem a ser preparados e prontos a servir às 18h00, as
pessoas são convidadas a provar mais de duas dezenas de caldos diferentes. O
espaço, junto à sede da Junta de Freguesia de Sabariz, inclui uma feirinha de
produtos do campo.
Cerca
de duas dezenas de homens e mulheres vão dedicar-se a confecionar os mais
diversos caldos, junto a diferentes fogueiras espalhadas por um terraço ao ar
livre. Integrada Na Rota das Colheitas promovida pelo município de Vila Verde,
a Festa do Caldo do Pote é organizada pela Junta de Freguesia e pela Associação
Popular de Sabariz, com a colaboração da Associação de Freguesias do Vale do Homem.
Às
cozinheiras e cozinheiros de Sabariz, vão juntar-se também alguns companheiros
de freguesias vizinhas do Vale do Homem. Couves, repolho, nabos, nabiças e os
mais variados feijões, sem esquecer as boas carnes campestres, fazem parte do
leque de ingredientes para a confeção dos diferentes caldos, que incluem ainda
a farinha e também a batata esmagada à colher – tal como no tempo das boas
cozinheiras deste mundo rural em que não havia varinhas mágicas. Há ainda
espaço para os caldos verde, da pedra e de feijão verde, à lavrador, à camponesa,
do Domingo de Ramos e até de bacalhau.
No
total, deverão ser confecionados mais de 600 litros de caldo, em potes cujos
tamanhos variam entre os 10 e os 50 litros. À entrada do recinto, as pessoas
podem adquirir, por três euros, uma malga alusiva ao evento, pela qual podem
aceder a todos os caldos. Recebem ainda a broa de pão, para além de senhas de
bebida e material para poderem saborear os caldos feitos no local.
Além
dos caldos, serão ainda confecionadas pataniscas de bacalhau, em lume também a
lenha. Jovens voluntários estarão a servir bebidas e ainda doçaria local.
Sobre
o evento, o presidente da Junta, Fernando Simões da Silva, faz questão de
sublinhar que “é uma festa aberta ao público em geral, com preços extremamente
baixos, apenas para ajudar cobrir os custos".
"Isto
também só é possível porque há um grande grupo de pessoas da terra que faz
questão de manter viva esta iniciativa e se disponibiliza para confecionar e
também oferecer os ingredientes todos para a sopa, muitos deles trazidos dos
seus quintais ou hortas, mas também outros que têm de ser comprados, como a
carne e o azeite, entre outros", esclarece ainda o autarca.
Sem
estimativas quanto ao número de pessoas esperadas, o presidente da Junta
adianta que tudo estará preparado para acolher à volta de mil pessoas - o que
representa mais do dobro da população da freguesia.
A
grande adesão popular ao evento - constatada nas anteriores três edições - tem
servido de estímulo à recuperação da tradição de cozinhar nos potes de ferro e
com lume a lenha.
São
já muitas as casas onde as famílias recuperaram os seus antigos potes e
voltaram fazer caldo e não só – como é o caso do cozido à portuguesa – como
lhes ensinaram os seus familiares mais antigos. “Não há dúvida que o caldo
feito no pote, com o lume a lenha, tem outro sabor, é único”, assegura o
presidente da Associação Popular de Sabariz, Dominique Abreu. E garante que é
um sabor apreciado por gente dos diferentes estratos sociais, das mais diversas
origens e de todas as idades, com especial referência para os jovens.
"Nesta
festa, graças aos caldos que aqui comeram e viram a fazer, já registamos muitos
casos de crianças e jovens que ficaram a gostar das sopas que tanto teimam em
recusar em casa. E também casos de adultos que passaram a gostar de
determinados legumes e caldos, como os nabos e as nabiças", revelou o
dirigente associativo, determinado em manter a linha tradicional e campestre do
Caldo do Pote de Sabariz.